Impossível ficar indiferente ao trabalho da ilustradora Apollonia Saintclair. Das telas em preto e branco, surgem mulheres deslumbrantes que mexem com o imaginário erótico masculino e atiçam a libido.
Como fetiches, suas ilustrações monocromáticos escorrem volúpia e fantasias, arrancando-nos da realidade em direção a um universo onde não há limites para os impulsos sexuais.
Em seus desenhos, a mulher aparece como objeto. Alguns deles parecem capturar instantes sensuais e sugerem histórias e aventuras sexuais.
Outros retratam partes do corpo feminino, escamoteando rostos ou relegando feições a segundo plano.
Apollonia flerta com a fantasia masculina de possuir o corpo da mulher ao seu bel prazer. Algo transgressor em tempos onde o politicamente correto patrulha e castra.
Assim como Banksy, a artista não revela sua identidade. Importante é que a sua arte se destaque.
Possivelmente, ela [ou ele] vive em algum lugar onde se fala francês, a julgar por sua preferência pelo idioma ao intitular obras e pelo inglês, correto demais.
Pouco que se sabe a seu respeito é de uma entrevista à jornalista parisiense Adeline Wessang. Suas influências declaradas são Milo Manara, Moebius, Da Vinci e Caravaggio, entre outros.
Apollonia aproveita-se do anonimato para brincar com a religiosidade ocidental. Não por acaso, seu pseudônimo faz alusão a Guillaume Apollinaire, poeta e escritor francês, autor do romance erótico Les Onze Mille Verges [As Onze Mil Virgens], de 1907.
O título do livro satiriza a lenda das virgens que teriam acompanhado o martírio de Santa Úrsula. A obra relata aventuras sexuais escabrosas em que rola sadismo, masoquismo, escatofilia, pedofilia, vampirismo, masturbação e sexo grupal.
"Tinta é meu sangue, desenho para meu próprio bem e para meu prazer".
Para o olhar, a arte de Apollonia Saintclair é suor e gozo.
Inspire-se e boa sexta-feira.
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Confira mais do trabalho de Apollonia Saintclair no tumblr e no instagram da artista.
