Cadê você?

Fácil ver o cavalinho na imagem abaixo, não? Mais complicado é identificar a imagem da criança que o monta. O efeito branco sobre preto [ou seria preto sobre branco?] cria a ilusão de que ela desapareceu. Solução genial para o logo de uma associação americana de crianças desaparecidas, desenvolvido por Sibley/Peteet design. Incrível o que se pode criar com formas simples e apenas duas cores.

Li por aí

Obrigado àqueles que gostaram do post Descubra a vida selvagem. Tenha filhos. Em especial, à Marcela e à Joanna pelos comentários. Respondendo à pergunta, vi a frase que o entitula adesivada no vidro traseiro de um carro, tempos atrás. Há outra sobre filhos que também gosto muito, embora seja, ao contrário da anterior, bastante pessimista:

Não tive filhos. Não transmiti a nenhuma 
criatura o legado de nossa miséria.

Frase que encerra o romance Memórias Póstumas de Brás Cubas [1881], de Machado de Assis. Para ilustrar este post, um anúncio fantasma da vodca Smirnoff.

O amor por estratégia: o bem-sucedido case de reposicionamento do Sazon



Nos idos anos 90, o Sazon, pré-tempero da Ajinomoto, não atingia bons desempenhos de venda pois era mal-interpretado pela dona de casa brasileira. A estratégia da marca seguia o padrão família feliz de anúncios de margarina, o que resultava numa comunicação inconsistente com categoria de produto pouco diferenciada. Ainda havia a concorrência de grandes competidores, como Nestlé e Arisco.

O público, composto por donas de casa das classes B, C e D, passava por um período de mudança de valores e possuía um conflito em especial. Equilibrar as responsabilidades de se trabalhar fora, 40% das mulheres já estava no mercado de trabalho, com os deveres do lar, entre eles, exercer o papel de mãe e cozinhar bem. Se por um lado, possuíam referenciais modernos, eram independentes e tinham auto-estima cada vez mais elevada, por outro, não abriam mão de preparar a refeição para a família, e aí o grande segredo estava no tempero, assim como faziam suas mães e avós.

Era preciso refletir essa nova realidade na comunicação da marca e oferecer um produto que de algum modo tirava da mulher a responsabilidade pelo resultado da comida, sem obviamente expor o segredo da dona de casa. A Loducca, agência que atendia a conta na época, decidiu pelo seu reposicionamento. O que fez com maestria. Para isso desenvolveu um novo conceito: Sazón. Quem ama, usa.

A marca resgatava, assim, o lado materno que estava sendo deixado com a entrada da mulher no mercado de trabalho, isentando-a da culpa de utilizar um produto para dar mais sabor à comida. Sazón passou a ser uma forma de religar essas mulheres às suas raízes. Muito mais que um simples pré-tempero.

Hit da época, a música É o amor, de Zezé di Camargo e Luciano, contribuiu para o sucesso do reposicionamento.

Dizer que a comida foi feita com amor contribuiu para um aumento de vendas do produto de 19 para 120 toneladas/mês, em apenas oito meses, atingindo 500 toneladas/mês ao final de cinco anos. Tamanha foi a força que a expressão caiu no gosto popular e virou mania nacional, usada até hoje.

Em 2009, o conceito foi repaginado e o amor volta a ser tema da comunicação da marca, agora com a conta na Dentsu. Veja um dos vídeos a seguir:

Feliz é cachorro que pode fazer xixi em qualquer poste



Marchinha do Xixi pede Carnaval sem xixi na rua

A frase que dá título ao post estampava a fantasia de um folião que seguia o Bola Preta, bloco tradicional do Rio de Janeiro, e não deixa de ser uma resposta bem-humorada à campanha do jornal O Globo. 


Fazer xixi na rua não é civilizado, de fato. Cabe ao poder público disponibilizar um número suficiente de banheiros químicos, coisa que não aconteceu neste carnaval.


[Irreverência carioca]