Fiat, Coca-Cola, Facebook, Halls, Mentos, Johnny Walker são marcas que têm sido usadas em cartazes nas ruas e em imagens nas redes sociais para reverberar a voz dos manifestantes na luta por um Brasil mais justo.
Um cartaz no meio da multidão conta com apenas alguns segundos para ser lido. Usar nomes de marcas remete a um universo de significados já conhecidos e imediatamente compreendidos. Ponto para as marcas aí de cima que incutiram na cultura popular posicionamento e imagem claros a ponto de se tornarem referência.
A Fiat foi a primeira. A campanha Vem pra Rua virou bandeira para muitos manifestantes. A música foi usada como trilha sonora de um vídeo com imagens das manifestações [veja aqui] e a hashtag #vemprarua bomba nas redes sociais como porta-voz dos que se levantam contra o status quo.
Frases criativas como "A geração Coca-Cola acordou", clara referência à conhecida inércia da juventude dos anos 80 ou "Jogaram Mentos na geração Coca-Cola", alusão aos vídeos que bombaram há alguns anos onde a bebida jorrava longe quando jogavam uma pastilha dentro da garrafa, numa metáfora para a mobilização das pessoas, e ainda "Odeio bala de borracha. Joga um Halls" mostram que os verdadeiros donos das marcas não são as empresas, mas as pessoas.
A hashtag #ogiganteacordou também tem sido bastante usada. É herança da campanha Keep Walking Brazil de 2011, da Johnny Walker. Primeira peça local criada pela marca, o filme mostrava o Pão de Açúcar se transformando num gigante, numa analogia ao progresso do país e ao trecho "gigante pela própria natureza" do hino nacional. Um baita conceito que hoje tem sido aproveitado na forma de vídeos, imagens e ilustrações pelos manifestantes para mostrar que o Brasil acordou.
As manifestações que invadiram as ruas nasceram no Facebook, a rede social é a principal plataforma de comunicação dos manifestantes. Por outro lado, a marca tem sido usada como símbolo de inércia e passividade. Frases como "Saímos do Facebook" simbolizam o despertar de toda uma geração.
Das principais marcas presentes nas manifestações, quem se deu mal foi a Rede Globo. A líder em audiência no país, desde sempre associada à elite dominante foi parar na boca do povo acusada de noticiar versões deturpadas dos acontecimentos. A marca tornou-se símbolo da grande mídia que esconde informações importantes da população. Globo #fail.