#BombrilRacista é o assunto mais comentado do Twitter nesta manhã. A tag entrou nos Trending Topics desde as primeiras horas da madrugada, após a fabricante brasileira de produtos de limpeza lançar no mercado a marca de esponja de aço Krespinha para "limpeza pesada".
e se eu falar que @BombrilOficial fez uma marca de esponja de aço chamada “Krespinha” cês vão ficar como?— jesus favelado (@YuriMarcal) June 17, 2020
Errou feio, errou rude.
— jesus favelado (@YuriMarcal) June 17, 2020
O nome do produto por si só possui uma conotação racista por associar trabalho doméstico aos cabelos crespos, mas a coisa só piora quando se observa que o termo "Krespinha" já fora usado historicamente no mercado nos anos 1950.
A S.A. Barros Loureiro lançou em 1952 um produto similar cuja embalagem estampava uma menina negra. O anúncio personificava o produto como uma empregada doméstica: "No Rio, todos me conhecem. Sou Krespinha - a melhor esponja para a limpeza da cozinha. As paulistas também vão me querer bem", dizia.
O @YuriMarcal postou q a Bombril fez uma esponja de aço chamada KRESPINHA. Eu pensei: porra em 2020 não vão usar esse termo, fui pesquisar: USARAM.— Tati Nefertari (@TatiNefertari) June 17, 2020
Pesquisei e já existiu uma propaganda em 1952 e q usava uma criança negra com cabelos crespos pra divulgar.
É tão racista. pic.twitter.com/L7WXdLG9IF
Falha? Omissão?
eu me pergunto como isso passou pela equipe de marketing e todo mundo falou: otimo vamo fazer assim— ana luiza #ludera 🏴🇧🇷 (@euanadias) June 17, 2020
A Bombril não se importa com a luta por igualdade racial?
A “krespinha” de 1952 não era fabricada pela Bombril.— Marina Amaral (@marinamaral2) June 17, 2020
Mas sabemos muito bem que associações racistas entre o cabelo crespo e os produtos da marca são recorrentes, e alguém resolver transformar tudo isso em campanha de marketing é, no mínimo, uma falta de bom senso gigantesca.
Ou a equipe de marketing da empresa simplesmente apostou na máxima "falem mal, mas falem de mim"?
Não há inocência. Não é só uma questão de ausência de negros nas agências. Isso é feito de maneira proposital. Bombril relançar um produto com esse nome, justo nesse momento que estamos vivendo...— Rick Trindade (@RickTrindade) June 17, 2020
Racismo puro. RACISMO! pic.twitter.com/F4zsysYdH8
A Bombril vem recebendo um banho de críticas nas redes sociais, especialmente pelo contexto atual em que grandes atos antirracistas ocorrem no país e no mundo.
Até esta manhã a empresa não havia se pronunciado.
eu acordo e a @BombrilOficial, começou a vender uma esponja de aço com o nome KRESPINHA massificando novamente a ideia de que cabelos crespos servem para limpar, coisa que a gente cresceu ouvindo e que sempre doeu demais.— true star(r) in every sense 💫 (@falaanarosa) June 17, 2020
era racista em 1952, continua sendo em 2020. pic.twitter.com/O5DcOhbATB
Este episódio reforça mais uma vez a necessidade da presença de profissionais negros em espaços de decisão, leia-se cargos de comando, para a promoção da igualdade racial.
O ano é 1952, surge uma marca racista que associa cabelo crespo a esponja de aço.— Bianca DellaFancy (@DELLAFANCY) June 17, 2020
.
O ano é 2020, o absurdo se repete.
.
Me pergunto se existe algum preto na equipe de criação, ou só brancos alienados mesmo. #BombrilRacista pic.twitter.com/4RfrkZ2ltY
Ao que parece, a resposta para o tweet acima é não.
Atentem para os rostos das pessoas chaves na direção e no marketing da Bombril.— @_danielaabade 🇨🇳 (@_danielaabade) June 17, 2020
Como, em 2020, a Bombril cria um produto chamado "Krespinha" e ninguém faz nada?
Assim: pic.twitter.com/48OxhvUZtl
Após a polêmica, a Bombril retirou por volta das 12 horas a esponja inox Krespinha do catálogo de produtos no site.
Confira mais reações:
Acabei de tirar esse print do site da @BombrilOficial e estou extremamente ofendida e chateada com isso, é inacreditável que em pleno século 21 ainda de encontre esse tipo de coisa. #bombrilRacista pic.twitter.com/Ai6yqT1L5K— Preta✨ insta:@sara_rismo (@SaraRismo) June 17, 2020
Cara, imagina quem sofreu bullying a infância/adolescência inteira vendo um caralho desse virando marketing.— Estatisticamente preto (@CardosoDeh02) June 17, 2020
Eu acreditei até meus 18 anos que preto tinha que raspar o cabelo, me libertei e já fiz uns 10 penteados de lá pra cá. Eu to puto, chateado. #BombrilRacista pic.twitter.com/bfppcfUmKY
O mesmo racismo, agora em nova embalagem 😉👍🏾 https://t.co/vEJighm206 pic.twitter.com/PglmrU6o44— Keilla Vila Flor (@KellVila) June 17, 2020
Cabelos crespos não são esponjas de aço, isso é um estereótipo racista. A gente tá em 2020, já falamos VARIAS E VARIAS vezes sobre cabelos crespos.— Tati Nefertari (@TatiNefertari) June 17, 2020
Não é possível q as marcas ainda vão continuar batendo na mesma tecla.
A “krespinha” não é um produto novo no mercado. Em 1952, uma esponja de nome idêntico era vendida no país e usava o desenho de uma menina negra em seus anúncios. Alheia aos crescentes debates sobre racismo, a @BombrilOficial resolveu relançar o produto, mantendo o nome original. pic.twitter.com/MqJ1b4lEDu— yasmin santos (@yasminsmp) June 17, 2020
1952 // 2020.— Elisa (@OpsLysa) June 17, 2020
Nem no meio da madrugada a gnt consegue n se estressar nessa merda. “Novo” lançamento da Bombril 🙃#BombrilRacista pic.twitter.com/ATF66AZc3T
Krespinha, a esponja de aço da Bombril, perpetua estereótipos racistas e imagens de controle que associam o corpo de mulheres negras ao trabalho doméstico pesado. O nome e o mkt é baseado em racismo. Fere historicamente a subjetividade de mulheres negras e segue firme no mercado.— Conecto pessoas através de livros na @winnieteca (@winniebueno) June 17, 2020
Demorei uma vida inteira para ter uma relação de amor e respeito com o meu cabelo. Cresci ouvindo que ele era ruim, que era igual Bombril, mas felizmente hoje me aceito por completo e tenho certeza de que a única coisa ruim nessa história toda é o preconceito! #bombrilracista pic.twitter.com/BHFOvlBQ3G— Juh Sarah (@JuhSarah) June 17, 2020
Esse PRODUTO é comercializado hoje em dia. NÃO é de 100 anos atrás. A @BombrilOficial está vendendo agora, em pleno 2020. Uma absurdo terrível. Exigimos que retirem esse produto de circulação e se desculpem pelo passado e pelo presente. #BombrilRacista pic.twitter.com/YfxO1KACo6— Adson S. (@dropyourweapons) June 17, 2020
É preciso ter profissionais pretos nas agências de propaganda e no marketing das empresas para que coisas lamentáveis como essa não aconteçam.— Ricardo Silvestre (@ricksilvestre_) June 17, 2020
Uma lã de aço chamada “Krespinha” que é ideal para limpeza pesada. pic.twitter.com/7jm4bKtYaO
Como é que uma pessoa como eu, que tem cabelo crespo e por diversas vezes foi chamado de “cabelo de Bom Bril” se sente? Ninguém pensou nisso?— Ricardo Silvestre (@ricksilvestre_) June 17, 2020
Vidas negras importam pra quem?
O que farão para contornar a situação?
O movimento Black is beautiful tá aí desde o anos 60 afirmando a beleza preta. Daí em 2020 vem uma empresa altamente conceituada e aprova uma ideia dessas.— Raife Salles (@Raife_Sales) June 17, 2020
Sério, NÃO TEM DESCULPA. #BombrilRacista
Agora entendi porque vocês não tinham tempo pra uma campanha antirracista que havíamos sugerido uma parceria. #BombrilRacista pic.twitter.com/kCQTGzxRbi— Racismo Invisível (@RacismoI) June 17, 2020
O nome do produto é Palha de Aço ou Lã de Aço. Há diversas marcas disponíveis: Assolan, Vega, FlashLimp, Limpano, Brillo, Vega, AçoBom...— Vinícius Wu / 吳 (@vinicius_wu) June 17, 2020
Ninguém vai morrer por deixar de usar uma marca que resolveu debochar da luta antirracista justo neste momento. Esqueça a tal marca! Boicote!
Fogo Neles! #BombrilRacista pic.twitter.com/kX6kdZGmiA— Cris (@crisvector) June 17, 2020
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