Banksy cria grafites que chamam atenção para a crise dos refugiados


Em tributo ao Dia do Grafite, comemorado hoje, o Claraboia relembra uma das recentes intervenções do mais polêmico e famoso artista de rua do mundo.


O grafite de Banksy quer lembrar que Steve Jobs [1955-2011], co-fundador da Apple, era filho de um migrante sírio que escolheu os EUA para viver depois da II Guerra Mundial.

arte foi pintada no campo de refugiados de Calais, cidade francesa perto da fronteira com o Reino Unido. O acampamento situado onde era um antigo depósito de lixo tornou-se um dos maiores e mais perigosos campos de refugiados da Europa, também conhecido como "A Selva".


O que nem todo mundo sabe é que a obra integra uma série de quatro grafites criados por Banksy para não deixar o mundo esquecer do drama dos imigrantes.


Em um dos grafites, o artista faz uma releitura de Le Radeau de la Méduse, conhecida pintura de Theodore Gericault [1791-1824]. A arte traz a mesma imagem do naufrágio, só que com um iate luxuoso ao fundo - cena que se tornou comum nos mares Mediterrâneo e Egeu, principais rotas de fuga dos refugiados.

"Não estamos todos no mesmo barco", escreveu Banksy em seu site.


O terceiro grafite mostra a silhueta de uma criança olhando por um luneta em direção à tão desejada Inglaterra, que fica apenas a 30 quilômetros do campo dos refugiados. O menino, cheio de sonhos, não percebe um abutre soturno que o espreita de perto.


A última intervenção é uma frase na pilastra de um viaduto perto do campo de refugiados, uma das poucas paredes de concreto em meio aos barracos precariamente armados: "Maybe this whole situation will just sort itself out".


O misterioso grafiteiro cuja verdadeira identidade ninguém sabe, ninguém viu é conhecido por sua obra de forte apelo social e político.


Banksy vai além da mera expressão artística nas causas que defende. Após encerrar as atividades de Dismaland, exposição na forma de parque temático dos horrores que criou no interior da Inglaterra, o artista enviou a infra-estrutura utilizada nas instalações para a construção de abrigos de emergência e de um playground improvisado aos 7 mil imigrantes que agora vivem na Selva.


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O lado negro da Disney dissecado em Dismaland Calais, de Jeffrey Gillete