Opinião X Preconceito: Burger King explica a diferença usando seus próprios haters



Em tempos em que muita gente anda ostentando "aquela velha opinião formada sobre tudo", o Burger King fez um vídeo polêmico e necessário onde explica a diferença entre opinião e preconceito.

A intenção é mostrar que, sim, a internet é um espaço para livre expressão de ideias e opiniões, mas não para espalhar preconceitos.

7 em cada 10 brasileiros já fizeram comentários preconceituosos e, ainda, dos 83% que se declaram não preconceituosos, 72% já postaram algum comentário ofensivo, segundo pesquisa do Ibope Inteligência.


O Burger King resolveu falar de um assunto sério. Sob o mote "Opiniões são sempre bem-vindas, preconceito não", a iniciativa lançada nas redes sociais da marca, na quinta-feira, 8, busca conscientizar as pessoas de que expressar uma opinião - positiva ou não - é beeem diferente de manifestar rancor e preconceito.

Para isso, a campanha assinada pela DAVID SP usou táticas de marketing reverso [saiba mais a seguir]. É a primeira vez que a marca de restaurantes utiliza essa estratégia no Brasil.


De início, o vídeo exibe opiniões de haters [usuários que usam a internet para fazer comentários agressivos]. Em seguida, mostra frases preconceituosas que muitas vezes passam despercebidas. A sequência ressalta a diferença entre elas, deixando claro que uma das piores fomas de preconceito é o disfarçado de opinião.

"Como marca, o Burger King entende que tem um papel importante de conscientização. Este é um assunto sério e que, infelizmente, ainda precisa ser conversado. Por isso não medimos esforços para mostrar que todos são bem-vindos e entendemos que cada um tem uma opinião diferente. Aceitamos críticas, mas não aceitamos nenhuma forma de preconceito", diz Ariel Grunkraut, diretor de marketing e vendas do Burger King Brasil.

Para não correr riscos ao falar de assuntos tão delicados, a ação conta com a parceria de três ONGs, AZMina, instituição que produz conteúdo sobre a luta das mulheres; CEERT, dedicada à promoção da igualdade de raça e de gênero; e a Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo [APOLGBT].


No marketing reverso, o cliente procura a empresa e não a empresa que busca o cliente. A intenção não é atrair o consumidor, como no marketing tradicional, mas garantir que a empresa seja encontrada e escolhida por ele. Assim, o produto não é anunciado como o melhor e sim como uma excelente adição para a sua vida.

Na campanha do Burger King, reparem, não há menção aos lanches, o que se pretende é uma conexão mais próxima com as pessoas. Estão em pauta os valores que a marca deseja promover e espera que seus clientes reconheçam como importantes, no caso o respeito às diferenças.

Vale lembrar que em outubro deste ano, a detentora da marca Burger King no país, BK Brasil Operação e Assessoria a Restaurantes, foi condenada a indenizar uma designer e seu filho em R$ 24 mil por danos morais. Eles foram vítimas de racismo praticado pelo segurança de uma lanchonete da marca em Ipanema, no Rio de Janeiro.

O BK Brasil esclarece que a campanha independe deste caso específico. Segundo a empresa, a iniciativa foi pensada como forma de conscientização, de contribuir para uma sociedade melhor e tem como objetivo mostrar que a marca é contra esse tipo de comportamento, além de reforçar que todos são bem-vindos nos restaurantes da rede.

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