Brasil vai a 97 Leões em Cannes e supera 2016 | Radio, Digital Craft, Film Craft e Creative Effectiveness

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A publicidade BR garantiu mais 9 Leões no mais importante e bambambam festival internacional da propaganda, 7 em Radio e 2 em Digital Craft. Dois cases receberam ouro: "Nosferatu", a versão sonorizada do clássico do cinema mudo criado pela AlmapBBDO para a Getty Images, e "Hitler", campanha em rádio da Y&R para a Cepia.

Com os resultados da sexta-feira, 23, o Brasil chegou a 97 Leões [14 Ouro, 33 Prata, 50 Bronze], superando a marca do ano passado quando conquistamos 90 troféus no Cannes Lions [10 Ouro, 22 Prata, 58 Bronze].

Confira o ranking de Leões das agências brasileiras no final do post.

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A categoria Radio, que julga os trabalhos que comunicam a mensagem através da excelência de áudio, inovação sonora ou narração sonora rendeu 7 Leões [1 Ouro, 2 Prata, 4 Bronze]. O júri da premiação foi presidido pelo brasileiro Mario D'Andrea, CEO da Dentsu e presidente da Associação Brasileira de Agências de Publicidade [Abap].

Já Digital Craft, que celebra a arte tecnológica, a AlmapBBDO trouxe 2 Leões [1 Ouro, 1 Bronze] com "The Non Silent Film" para Getty Images. Assinam a produção Black Madre, Punch Audio, Slikland e a própria Getty Images.

Com os prêmios da categoria, a Almap consolida sua liderança no ranking de agências, conquistando 22 Leões, 5 Ouro, 9 Prata e 8 Bronze.


Deu ruim para o BR em Film Craft e Creative Effectiveness. Saímos de Cannes sem um Leãozinho sequer nas categorias.

Em Film Craft, que premia a qualidade do processo de filmagem e aspectos da produção dos filmes, o único representante brasileiro no shortlist não conseguiu converter a menção em Leão.

Em Creative Effectiveness, que analisa o impacto mensurável da criatividade, premiando apenas campanhas que comprovam resultados do esforço de comunicação, sequer conseguimos emplacar trabalhos ente os finalistas.

Vamos aos resultados por categoria.

RADIO - 7 Leões para o Brasil

*Ouro*
"Hitler", da Y&R criado para a ong Cepia [Cidadania Estudo Pesquisa Informação Ação]

Voltada ao público mais jovem, a peça usa um aparente discurso de Hitler. Frases racistas, sexistas e preconceituosas são "traduzidas" em sequência até que, ao final, se descobre que foram retiradas das redes sociais. "A mensagem é que, se deixarmos esse tipo de coisa acontecer, esse jovens se tornarão pequenos ditadores no futuro. A peça foi aplaudida pelo júri", revelou o presidente da mesa, o brasileiro Mario D'Andrea.

Ouça o spot premiado:



*Prata*
"A voz da arte", da Ogilvy para IBM
"Eyes/Heart", da curitibana CCZ Wow para a rádio Jovem Pan

Confira o videocase:



*Bronze*
"Mais de 70%", da J. Walter Thompson para Instituto Azmina [3 Bronze]
"Speed-o-Track", pelo aplicativo da Dentsu para a Arteris.

O Grand Prix de Radio foi para "KFC sad man meal", da Ogilvy & Mather Johanesburgo para o KFC. A campanha contempla três spots "Repeat the punchline", "Long Red Thin Shape" e "No One Cheerses".

O resultado chamou atenção pela semelhança com o GP de 2016. No ano passado o prêmio máximo da categoria foi para outra campanha de três spots, "The everyman meal", também da mesma agência, para o mesmo cliente e até o mesmo locutor, na ocasião para divulgar o Double Down Burger.


Segundo D'Andrea, os jurados estavam cientes das semelhanças, mas não consideraram que elas pudessem impedir a eleição do trabalho para o GP, ao contrário, deu-se uma escolha unânime e rápida.

"Discutimos esse fator na noite anterior à decisão, mas a verdade é que a peça se destacou tanto que ela foi a única unanimidade na hora de apontarmos as campanhas que poderiam se credenciar ao Grand Prix. Esse tipo de repetição não é novidade no festival", explica o CEO do Dentsu Creative Group.

"O Grand Prix retoma o contexto da campanha do ano passado. Mas é uma outra campanha, com intensão parecida. O que entusiasmou o júri foi o craft do texto, a locução de pessoas verdadeiras fazendo confissões pessoais e o cuidado com as respirações e choros, uma impressionante riqueza de detalhes [...]. São pessoas verdadeiras falando de seus problemas. É rádio na veia, com boa atuação, roteiro, edição e timing correto", destacou o executivo.

Como tendência, D'Andrea apontou que a categoria ganhou uma nova dimensão a partir das ferramentas digitais. "A penetração cresceu e surgiram formatos que seriam impensáveis há alguns anos", finalizou.

Ouça "Long Red Thin Shape", um dos spots da campanha que levou o GP de Radio 2017:



Compare com o GP de 2016:




DIGITAL CRAFT - 2 Leões para o Brasil

*Ouro*
"The Non Silent Film", da AlmapBBDO para Getty Images

*Bronze*
"The Non Silent Film", da AlmapBBDO para Getty Images

A peça faz parte da campanha "Nosferatu", um trabalho original que divulga o banco de áudio da Getty Images. O case faz um resgate primoroso do clássico filme mudo de 1922, inserindo trilha e vozes na história do famoso vampiro.


Foram distribuídos 37 Leões em Digital Craft. O grande prêmio da categoria foi para "Real-Time Virtual Reality Experience For Björk’s Not Get", da Analog e do W&N Studio, ambas de Londres, para a cantora Björk. A produção é da Analog.

O presidente do júri, Henry Cowling, diretor criativo da Unit 9, da Inglaterra, frisou a importância da experiência VR do filme e elogiou o uso da mídia e da tecnologia, acrescentando que o Digital Craft tem a ver com assumir riscos. Por reunir esses atributos.


Cowling revelou que, depois do GP, sua campanha favorita era a da Almap. "Tivemos peças maravilhosas, mas fiquei bem contente com "Nosferatu". A interface foi muito bem desenvolvida. É um exemplo de produto integrado à campanha. O cliente fazia parte do craft”, analisou.

Confira o trabalho que faturou o Grand Prix:




FILM CRAFT - 0 Leões para o Brasil

O Brasil não conseguiu transformar em prêmios os dois shortlist que tinha na categoria, ambos da AlmapBBDO, por "Nosferatu", para Getty Images.

O país repete assim a performance de 2016, quando também teve duas campanhas no shortlist e não conseguiu conquistar Leões em Film Craft.

O que faltou ao Brasil neste ano? O jurado brasileiro da categoria, Roberto Coelho, sócio-fundador da Satélite Audio, disse que a campanha "Nosferatu" não conseguiu "tocar" o júri. Tecnicamente não houve empecilhos, além disso, a qualidade dos trabalhos premiados estava muito alta, explicou Coelho. Vale lembrar que em Digital Craft a campanha conquistou Ouro.


O GP de Film Craft foi para o espetacular clipe de "Territory", da dupla francesa The Blaze, produção da Iconoclast, dos EUA. O resultado provocou certa discussão na coletiva de imprensa em que foram revelados os ganhadores porque não está vinculado a uma marca anunciante.

O presidente do júri, Robert Galluzzo, fundador e diretor executivo da Finch, contou que o filme Superhumans, do Channel 4, esteve cotado para o Grand Prix. Mas que o vídeo vencedor conseguiu demonstrar o valor do Film Craft, pelo casting, pela cinematografia, pelo uso da música e pela alta qualidade narrativa.

Confira o trabalho que garantiu o grande prêmio:




CREATIVE EFFECTIVENESS - 0 Leões para o Brasil

Assim como Film Craft, a categoria não rendeu Leões, com a diferença que as agências BR não conseguiram figurar entre os finalistas.

Os prêmios de Creative Effectiveness são entregues de acordo com critérios de resultado e efetividade, por isso permite que trabalhos do ano anterior possam participar.


O GP da categoria foi para "Manboobs4boobs", da David Buenos Aires para Movimiento Ayuda Cancer de Mama – Macma. O case foi Grand Prix for Good do Lions Health em 2016.

A campanha conseguiu contornar as regras do Facebook e outras redes sociais que proíbem a exibição de mamilos femininos para alertar sobre a importância do auto-exame para a prevenção do câncer de mama:



Confira o quadro de Leões das agências brasileiras até o momento:

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