Sobre lembranças e as verdades que nos contam

Quando criança, passava as férias escolares na fazenda do meu tio, um senhor que sempre preferiu a vida no meio do mato. Lembro-me de suas narrativas em noites escuras, sobre caporas, caboclos d'água e outras criaturas fantásticas que naquele tempo me metiam muito medo. Histórias que ele ouviu de seu pai, que ouviu de seu avô e assim por diante, conhecimento transmitido de geração em geração através da oralidade.

Embora não tenha recebido uma educação formal, meu tio sempre foi um sujeito sábio. Ente os muitos causos, recordo-me de um em especial, em que ele contava que o homem nunca tinha pisado na lua. Aquilo era "coisa inventada pelo governo". Eu, um pequeno moleque da cidade,  questionava: - Que isso, tio, você não viu na televisão? Sem perder o jeito matreiro, ele respondia: - Na televisão tudo é possível. Isso é só mais uma invenção. Nessa hora, eu o achava engraçado e até um pouco ignorante.

Muitos anos depois, já no Rio de Janeiro, eu cursava a Escola de Comunicação da UFRJ, aula de História da Comunicação. O professor, um dos mais respeitados do país na área, discursava sobre o poder da persuasão e, para exemplificar o que dizia, questionou a turma sobre o homem ter ido à lua de fato. Eram tempos difíceis, ele dizia, havia uma disputa polarizada entre Estados Unidos e União Soviética pelo domínio da tecnologia espacial. A URSS estava na frente, pois já havia realizado o primeiro voo tripulado para o espaço [que aliás, em abril último, completou 50 anos, dá-lhe Gagarin!]. A nova fronteira era a aterrissagem na lua e quem o fizesse, assumiria definitivamente a liderança. Neste cenário, não é de espantar a simulação de uma farsa...

Imediatamente, lembrei de meu tio. Não é que ele tinha razão em duvidar, rs. Você acha tudo isso fantasioso? Então, dê uma olhada nas fotos surrealísticas de Thomas Herbrich.

O Herói e o Fora-da-lei: os arquétipos de Jung aplicados na Publicidade


Para quem curte Branding e Planejamento aí vai uma dica supimpa - O Herói e o Fora-da-lei, de Margaret Mark e Carol S. Pearson.

As autoras se inspiram nos arquétipos, segundo Jung os traços mais antigos de nossa arquitetura mental, para mostrar como eles podem dar significado a uma marca ao evocar padrões narrativos mais duradouros e apreciados em todo o mundo.

O livro não sai da minha cabeceira.