Batman vs Pinguim: dois lados de uma mesma moeda?

Cartaz explora o espaço negativo de modo genial. Silhuetas do Pinguim, codinome do mafioso Oswald Chesterfield Cobblepot, e do herói de Gotham City, personagens da DC Comics, formam-se a partir de um único traço, dando a ideia de que bem e mal se complementam - nada mais pertinente após o último post


Koni 2012 | Invisible Children



Koni 2012 é um filme impressionante. Produzido pela ONG Invisible Children com a intenção de fazer o mundo conhecer Joseph Kony, líder da guerrilha armada em Uganda, atingiu 32 milhões de views no YouTube em apenas 3 dias. Provavelmente, a maior velocidade viral já promovida pelas redes sociais.

Segundo a organização americana, o cara que está à frente do Lords Resistance Army [LRA] é responsável pelo sequestro e tortura de mais de 60 mil crianças no país durante os últimos 25 anos. Meninos são obrigados a converter-se em soldados enquanto meninas se tornam escravas sexuais.




Koni 2012 é um vídeo bem produzido sobre um tema sensível. Do tipo que te faz querer fazer parte de algo maior. Emotivo e polêmico. Tem sido tão criticado quanto amado. Natural que algo de tamanha repercussão encontre seus detratores [há, inclusive, um Tumblr que reúne as críticas contra ele]. Muitos desconfiam do estilo hollywoodiano e das proporções da campanha para uma ONG. Outros criticam o conteúdo da denúncia, que contém informações erradas: a localização de Kony, que nem em Uganda está, o suposto tamanho [exagerado] de seu exército e, principalmente, por retratar o país de maneira equivocada.

De acordo com a Foreign Affairs, a Invisible Children estaria gastando o [seu] dinheiro das doações para produzir filmes com fatos distorcidos e dados exagerados [após as acusações, a IC tratou de apresentar mais informações de pesquisa e inclusive um relatório financeiro]. Ainda há quem diga que a campanha não passa de ativismo de sofá, por transmitir a ideia de que apenas compartilhar, curtir no Facebook ou retuitar irá resolver o problema. Algo que de fato acontece em tempos de redes sociais.


O questionamento sobre as informações prestadas pela ONG e para onde vai o dinheiro das doações é válido. Entretanto, se confirmada a idoneidade da iniciativa, não há problema de o filme se parecer com roteiro e produção de Hollywood. Afinal, as ferramentas necessárias para gerar buzz e realizar uma campanha não são mais exclusivas de poucos e grandes. Qualquer um hoje com uma câmera e acesso a internet pode criar vídeos com mais audiência que produções profissionais. Seu principal erro, talvez, seja pretender assumir o status de documentário, quando sua produção soa tão maniqueísta.



Você pode se emocionar, concordar ou até duvidar das intenções de Jason Russel, o cara que deu início à coisa toda. Impossível é ficar indiferente a ele. Koni 2012, de fato, cumpre aquilo que se propõe, que é espalhar o conhecimento [mesmo utilizando dados questionáveis] e cobrar atitude dos líderes de outras nações - O sucesso como peça de comunicação é inegável. Não só pelo vídeo, mas pela integração com outras mídias, produtos etc. - Mais do que isso, o CEO e co-fundador da Invisible Children acaba de redesenhar o conceito de voluntariado e, principalmente, a maneira de mobilizar a mídia e as redes sociais em torno de um trabalho humanitário.


Por último, fica a dica: cuidado onde vai investir seu tempo e dinheiro. Para saber mais sobre o tema, clique aqui.


Atualizado em 20 de março de 2012.