A internet das coisas fez mais uma vítima. É o fim dos nudes na Playboy, uma das marcas mais reconhecidas do mundo, ao lado da Coca-Cola e Apple.
O game over começa a valer na edição de março do ano que vem. No site, está rolando desde agosto de 2014.
"Esta batalha foi vencida", explica Scott Flanders, CEO da empresa. "Você agora está a um clique de distância de qualquer ato sexual imaginável, de graça".
A circulação caiu de 5,6 milhões em 1975 para cerca de 800 mil atualmente. O site serviu como teste: com nudez atraía 4 milhões de usuários com idade média de 47 anos. Agora, sem peladas, acumula cerca de 16 milhões de visitantes por volta dos 30 anos.
Foi-se o tempo em que publicações de mulheres peladas como a Playboy causavam. Perderam valor comercial e relevância cultural. A arqui-rival Penthouse, diante à ameça do digital porn, apostou em sexo ainda mais explícito. Nunca mais foi a mesma.
Do alto dos seus 62 anos, a Playboy está de olho na renovação do público e fez uma escolha pelos milenials, geração dos 18 aos 30 anos, queridinha dos anunciantes.
A revista focará em entrevistas, jornalismo investigativo e se dedicará mais ao "trabalho artístico". A Playmate do Mês permanece com fotos provocantes, sem nudez total, liberadas para maiores de 13 anos.
Atualmente, a maior parte da receita da Playboy vem do licenciamento - a edição norte-americana, no entanto, perde cerca de 3 milhões de obamas por ano.
Ainda não se sabe como a ausência de nudes vai impactar a edição brasileira. A revista publicada pela editora Abril também vive em crise. Há boatos de encerramento ou mudança de mãos todos os anos. Nos áureos tempos, no fim da década de 1990, chegava a mais de 1,2 milhões de exemplares. Hoje, caiu para menos de 80 mil.
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