Chega de fingir que é normal: experimento social expõe racismo no Brasil e repercute nas redes sociais



Um experimento social impactante e poderoso dá um belo tapa na cara da sociedade ao comprovar que o racismo institucional existe.

A iniciativa que tem chacoalhado as timelines mostra que o racismo está nos detalhes, inserido na mente das pessoas e em seus julgamentos diários – a ponto de afetar entrevistas de emprego, atrapalhar a vida profissional e até destruir carreiras.

No experimento, gravado com câmeras escondidas, dois grupos com quatro profissionais de RH, cada, foram convidados para uma reunião.


Um intermediador mostrava fotos para o grupo e pedia para que falassem o que achavam que a imagem representava.

Um homem correndo. Uma mulher segurando uma roupa em uma loja. Um homem de terno. Uma mulher lavando a pia de casa. Uma mulher grafitando um muro.

A diferença: para um grupo, pessoas brancas estavam nas fotografias; para outro, as pessoas das fotos eram negras.


No caso das fotografias de pessoas brancas, os profissionais de RH descreviam o homem de terno como alguém poderoso, um empresário.

Já o homem correndo era só um homem correndo. A mulher lavando a pia estava cuidando de sua própria casa. A mulher grafitando o muro era "artista". A mulher segurando a roupa era estilista.


As fotos com modelos negros, representando as mesmas situações e contextos, causou reações bem diferentes.

O homem de terno era "segurança" ou "motorista particular". A mulher na cozinha era "faxineira". O homem correndo era "ladrão". A mulher grafitando o muro era "pixadora". A mulher segurando a roupa era "vendedora da loja".


A diferença de percepção é chocante.

Em geral, as respostas dos RHs do segundo grupo, colocou os negros em posição social inferior à dos brancos, muitas vezes os descrevendo de maneira pejorativa. Isso mostra que mesmo sem perceber, muita gente ainda comete atos de racismo.


O experimento social faz parte da campanha Teste de Imagem do Governo do Paraná, em parceria com a Assessoria Especial da Juventude e o Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial.

A campanha foi lançada por ocasião do Dia da Consciência Negra, 20 de novembro. Além do vídeo, conta com mídia impressa e um site que traz informações e estatísticas sobre o racismo institucional.



Racismo institucional é o nome que se dá quando instituições públicas ou privadas atuam de forma diferenciada em relação a uma pessoa por conta da sua origem étnica, cor ou cultura, privando-a de oportunidades profissionais e sociais diariamente.

Segundo dados do IBGE, 82,6% dos negros afirmam que a cor da pele influencia nas oportunidades de trabalho. E se isso não bastasse, profissionais negros ganham em média 36% menos que os brancos, ocupam apenas 18% dos cargos de elite e são 60,6% dos desempregados.

Chega de fingir que é normal! Entre na luta contra o preconceito racial, uma batalha inteiramente necessária para construímos uma sociedade mais justa e igualitária.

A criação da campanha é da Master Comunicação.

O vídeo está com mais de 14 mil views no Facebook:



No Twitter, são mais de 9 mil RTs e 7 mil curtidas:




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