'My pussy é o poder': Valesca Popozuda é pivô de briga entre Rachel Sheherazade e mestranda da UFF


Se você é carioca não deixe de ver isso.

Ao comentar sobre o funk do Rio de Janeiro, a apresentadora do telejornal SBT Brasil Rachel Sheherazade foi um tanto infeliz e preconceituosa, especialmente em relação ao projeto de mestrado da estudante Mariana Gomes, aprovada em 2º lugar na Universidade Federal Fluminense [UFF].

O estudo fala sobre o funk carioca, a relação da mulher e o feminismo.


Veja o vídeo com as declarações da jornalista:


Confira abaixo a carta-resposta da estudante:

Caros Rachel Sheherazade e equipe do SBT,

Eu sou Mariana Gomes, mestranda em Cultura e Territorialidades e responsável pelo projeto My pussy é o poder. Gostaria de agradecer à visibilidade que estão dando ao projeto sobre funk e feminismo. Quero agradecer também por serem claros ao exibirem todo o conservadorismo de Rachel e o oportunismo de vocês. Digo isso porque pretendo pontuar algumas questões nesta carta-resposta, e elas, com certeza, não contemplarão a visão de mundo tão pequena apresentada tanto na reportagem quanto nos comentários da jornalista.
Em primeiro lugar, Rachel, logo na apresentação da matéria, um pequeno erro demonstra seu “vasto” conhecimento sobre a área acadêmica: no mestrado não se faz tese, e sim, dissertação. A tese só chega com o doutorado. Mas tudo bem, este é um erro bastante comum para quem está afastado do ambiente acadêmico e, mesmo assim, pretende julgá-lo ferozmente. Outra questão importante é: frisei em diversos momentos que o projeto não se refere apenas à Valesca, ainda assim preferiram insistir no caso. Perdoados, Valesca é diva, merece destaque mesmo.
Em segundo, mas não menos importante, gostaria de pontuar algo que pra mim é muito caro. Não existe dualidade entre usar o cérebro e outras partes do corpo para produzir qualquer coisa na vida. O repórter disse que eu usei o cérebro para fazer o projeto e que, Valesca, usa ~outras partes do corpo~. Ora, queridos, eu usei muito esse popozão aqui para fazer minhas pesquisas. Dancei muito até o chão, fiz muito treinamento do bumbum e continuo fazendo muito quadradinho de quatro (o de oito não consigo AINDA)! Valesca usa o cérebro tanto quanto eu, você – e mais que Rachel – para continuar seu trabalho. Não julguemos a inteligência de uma mulher de acordo com os padrões estabelecidos. Isso é machismo :)
O repórter me perguntou por mais de uma vez se eu tive medo de não ser aceita na academia com meu trabalho. E todas as vezes eu respondi que NÃO TIVE MEDO. Confio no meu potencial, na relevância do tema e, principalmente, na capacidade de renovação e transformação da academia. Quando se trata da UFF, mais ainda, porque conheço o corpo docente e sei a visão de mundo dos professores – nada conservadora, muito mais avançada do que muitos que se dizem avançados.
Não vou comentar sobre o fato de terem entrevistado apenas uma pessoa na rua – e que disse que eu merecia nota zero – porque competência é critério básico para o jornalismo ;)
Sobre a minha fala: colocaram o que eu disse em um contexto equivocado. Eu não tenho essa visão utilitarista da cultura. Não acho que para acabar com o preconceito precisamos “ver o que eles tem a oferecer”. O que eu estava dizendo ali é que, durante a pesquisa, é preciso abrir a mente e ver o que vamos conseguir extrair da observação participante e o que vamos aprender com o movimento. Afinal de contas, quem tem que oferecer algo sou eu: um bom projeto, que sirva para transformar – ao menos parte – (d)o mundo!
“O papel do funk na cultura, só o tempo dirá”, diz o repórter. ISSO NÃO É VERDADE. O papel do funk na cultura está comprovado. E não por mim, pelo meu projeto, por projetos anteriores, mas pelas práticas cotidianas, pelo seu papel em diversas áreas de conhecimento, em diversos setores da sociedade, pela referência que se tornou para boa parte da juventude brasileira. A reportagem é rasa e não tem qualquer compromisso com a realidade concreta, que já provou há muito tempo o que o funk representa.
Agora vamos ao chorume destilado por você, Rachel Sheherazade: insinuar que a popularização da universidade é ruim fica muito, muito feio pra você. Desculpe-se, por favor. E se o funk fere seus ouvidos de morte, acho uma pena, porque EU ADORO, EU ME AMARRO. E meu recado pra você é: é som de preto, de favelado, mas quando toca ninguém fica parado ;)
Dizer que produção de cultura vai do luxo ao lixo é de uma desonestidade intelectual sem tamanho. Como eu disse ao G1 e digo diariamente, hierarquizar a cultura só prejudica. Essa hierarquia construída ao longo de séculos e baseada em um gosto de classe muito bem definido, no qual apenas o que elites definem o que é cultura e o que não é – ou, nas suas palavras, o que é ‘luxo’ e o que é ‘lixo’ – precisa ser COMBATIDA. Creio que a academia é SIM uma das trincheiras na luta pela desconstrução desse pensamento elitista, preconceituoso e, para não ser maldosa, desonesto.
Você, Rachel, diz que as funkeiras estão aquém do feminismo. Mas e você? O que sabe sobre o tema? Tendo a acreditar que Valesca sabe muito mais sobre isso do que você, mas estou disposta a ouvir seus argumentos sobre o assunto. Feminismo, assim como o meu projeto, não é piada, é coisa séria, muito séria.
Para concluir, gostaria de te perguntar quais critérios te levaram a questionar a profundidade do meu projeto. Não gostaria de personalizar o problema, mas nesse caso, não tenho outra alternativa. Você sabia que meu projeto obteve nota 8,5 entre vários projetos avaliados? Pois é. Você leu o meu projeto? Pois é. Você sabia que, para ingressar no mestrado, uma prova é aplicada e, nela, precisamos estudar no mínimo 4 livros? Disponibilizo aqui a bibliografia cobrada para tal prova e aproveito para perguntar – não que isso faça diferença, mas quem começou com argumentos sobre profundidade foi você – quais deles você já leu ao longo da vida. No meu projeto também consta parte da bibliografia utilizada por mim. Também questiono: dali, quais livros você já leu, conhece ou ouviu falar?
Peço perdão pelo argumento de autoridade em dizer que é preciso ler para saber das coisas mas, nesse caso, se você me cobra profundidade, eu te cobro conhecimento.
Abra a mente, Rachel! Vem aprender a fazer o quadradinho ;)
Cordial – mas não passiva – mente,
Mariana (popozuda) Gomes
PS: pra ilustrar, uma série de fotos minhas dançando até o chão :)))
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Veja aqui o projeto de mestrado. Para mais infos, acesse matéria completa d'O Globo, aqui.

Então, o que pensa sobre isso?

A vida manda quadrado, você devolve redondo | Skol estreia novo slogan dentro de baleia


Os perrengues da vida podem ficar divertidos... traz cerveja.

Lá se vão 16 anos desde que a Skol criou o Desce Redondo. Graças a ele, fomos brindados com campanhas inesquecíveis [algumas nem tanto]. Agora, a marca reinventa seu posicionamento com a nova assinatura. A ideia é mostrar que situações adversas podem ser encaradas com bom humor se acompanhados por uma Skol.


O comercial de lançamento aposta numa linguagem diferente do segmento, lembra os bons tempos que levaram a marca à liderança do mercado. Cá pra nós, deve ter influenciado a entrada de novos players como a Budweiser e a Heineken com uma comunicação mais inteligente e menos mulher pelada . O público da cerveja, certamente, vai estranhar. Só isso vale o clique:



Criação da F/Nazca Saatchi e produção da Stink.

Porta dos Fundos cria vídeo hilário para Fiat: Todo mundo é líder em alguma coisa

O Porta dos Fundos tá com tudo e não tá prosa. Conquista milhares de views com seus vídeos [coisa pra deixar qualquer viralzinho se roendo de inveja], vem sendo assediado pela toda-poderosa global e continua atraindo o interesse das marcas.


Dessa vez, foi a Fiat quem se rendeu aos encantos do grupo:



Os vídeos em comemoração aos 11 anos de liderança da montadora no Brasil estão longe de ser os mais engraçados do Porta dos Fundos, mas também não se perdem em elogios gratuitos. Tanto que só dá pra sacar que há um patrocinador com a assinatura no final.



A campanha continua no Facebook. Acesse a fanpage da Fiat pra contar no que você é líder. Por lá, dá pra criar um adesivo sobre a sua liderança e receber na sua casa.



Criação da Sunset.