YouTube sai da zona de conforto da internet e acaba sendo "vítima" do Pular Anúncio



O YouTube deixou a webz.

Foi para a rua, nos pontos de ônibus, relógios-termômetros, outdoors e também TV paga, cinemas e até aviões. Calma! O maior site de compartilhamentos de vídeos continua onde sempre esteve, mas agora se comunica com o público por outras plataformas.

Com 6 semanas de duração, a 1ª campanha offline do YT traz como estrelas os canais Porta dos Fundos, com mais inscritos no Brasil; Camila Coelho, o maior direcionado ao público feminino; e Manual do Mundo, sobre curiosidade e ciência com alcance sobre o público infantil e adulto [nunca ouvi falar, penso que foi escolhido por ser menos conhecido e, por isso mesmo, ter maior chance de conquistar novos inscritos].

Veja os filmes:







Por que alguém abandonaria seu reino para aventurar-se além das fronteiras?

Primeiro, mudar a percepção do mercado sobre a qualidade e profissionalismo das produções de internet. A webz no Brasil sempre teve um quê de conteúdo amador, Porta dos Fundos foi o canal que começou a modificar esse cenário.

Segundo, consolidar-se como forma de entretenimento concorrente da TV, mostrando ao mercado que merece mais atenção - 65% da verba dos anunciantes ainda vai pra Globo, pasme! -."O país é o 2º maior mercado do YouTube no mundo em termos de visualizações, mas ainda não é reconhecido como parte importante do ecossistema audiovisual. Esperamos aumentar a percepção de que o YT é um destino para entretenimento de qualidade, em que 70 milhões de espectadores assistem a uma média de 8,1 horas de vídeos por semana", diz o Google, dono do YouTube.

Tem conteúdo, tem audiência, mas cadê o faz me rir?

O YT ainda enfrenta o desafio de monetizar o negócio e converter a enorme audiência em dinheiro. Enquanto aumenta de 8 para 10% a sua participação nos acessos a mídias sociais em relação ao ano passado, deverá fechar 2014 com lucro apenas 5% superior ao mesmo período.


Por último, barrar o apetite do Facebook por vídeos. Mark Zuckerberg tem investido uma bolada nesse formato. O FB já mostra o número de vizoos de seus vídeos e, segundo a comScore, já ultrapassou o YouTube em 1 bilhão de views no desktop. O feito tem a ver com o autoplay do Face, claro, mas serve para ligar o alerta do Google.

As empresas medem visualizações de formas distintas. A diferença está na entrega, defende-se o YouTube. "Focamos mais em medir a intenção do espectador e watch time, do que o autoplay de 3 segundos. No YouTube, um view significa que o usuário clicou no vídeo para assisti-lo, e nós começamos, então, a mostrar o vídeo para o espectador engajado".


A aventura do YouTubz no offline é prova de que audiência não enche barriga. Conteúdo democrático, independente e bilhões de vizoos não foram suficientes para estabelecer a plataforma como importante destino dos orçamentos publicitários.

Num cenário onde a mídia de entretenimento é dominada por poucas famílias, coube ao YT encarar o mundo real. Boa sorte!

O YouTube vai precisar.

Painéis da campanha ganharam o adesivo "Pular anúncio", intervenção do projeto Skip Ad que luta por propaganda relevante. A expressão que aparece nos vídeos do YT serviu de inspiração para a iniciativa e, ironicamente, foi usada contra a campanha do site de vídeos.

Na página do Skip Ad qualquer um pode imprimir os adesivos e colar em peças publicitárias. Veja abaixo:


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